XVI Seminário Piauiense de Apicultura e II Seminário Piauiense Meliponicultura 

Sobre o evento

A apicultura é uma atividade que se destaca no Piauí, que possui um clima e flora que favorecem a produção de mel. O estado produziu, em média 6.224 t/ano de mel nos últimos cinco anos, sendo o maior produtor no Nordeste e destacando-se entre os maiores produtores do País. Em 2022 o Piauí produziu 8.322 t. de mel e foi o terceiro produtor nacional, ajudando a colocar, pela primeira vez, a região Nordeste como a maior produtora de mel do Brasil. Isso fortalece a imagem do Estado como referência na apicultura regional e nacional. No entanto, grande parte da produção se concentra em municípios da região semiárida, onde se observa oscilações de produção em anos de seca e baixa aplicabilidade de técnicas mais apropriadas a criação racional de abelhas nessa região.

De acordo com o último Censo Agropecuário (IBGE, 2017) o número de apicultores no Piauí é de aproximadamente 7.900 apicultores, que juntos manejam cerca de 251 mil colmeias no Estado. Apesar do ambiente favorável e da grande disponibilidade de flora apícola, a produtividade média de mel no Estado é considerada baixa, 13 kg/colmeia/ano. A baixa produtividade observada pode ser atribuída, entre outros fatores, ao manejo inadequado das colônias. Nos anos de seca prolongada esse problema se agrava, pois, além da redução da produção, os apicultores perdem de 60 a 100% de suas colônias por abandono das abelhas.

Historicamente a atividade apícola no Piauí recebe vários incentivos estaduais e federais, o que impulsiona a apicultura no estado. Contudo, observa-se a necessidade de ampliar as discussões do setor, melhorar sua organização e de forma participativa buscar ações que proporcionem mudanças nessa realidade.

No Piauí a criação de abelhas sem ferrão em cortiços já foi uma atividade cultivada em várias regiões do estado, uma cultura preservada com o objetivo de produção de mel e cera. Contudo, com a chegada das abelhas africanizadas, em meados dos anos 60, a criação das abelhas nativas perdeu expressividade em função da grande produção de mel e cera obtida com estas novas abelhas. Diante disso, o interesse na criação de abelhas-sem-ferrão, os meliponíneos, diminuiu e a cultura de criação foi perdendo expressividade no campo.

Porém, nos últimos anos a criação racional das abelhas-sem-ferrão, meliponicultura, vem crescendo em todo o território nacional. Isso em decorrência da grande divulgação da importância dessas abelhas na preservação da biodiversidade, pelo serviço de polinização que realizam, bem como pela oportunidade de geração de renda. O mel das abelhas-sem-ferrão tem sido muito apreciado e divulgado como ingrediente da alta gastronomia, fazendo crescer a procura e, consequentemente, o interesse pela criação.

No Piauí é notável o interesse pela meliponicultura uma vez que já existem algumas associações de criadores atuando para o desenvolvimento dessa atividade. Apesar desse início de organização o caminho ainda é longo para que a meliponicultura chegue ao nível que se tem hoje na apicultura. A participação de entidades governamentais e não governamentais no apoio à meliponicultura e realização de fóruns de discussões são ações importantes na transformação da realidade atual.

Nesse sentido a realização do XVI Seminário Piauiense de Apicultura e II Seminário Piauiense de Meliponicultura vem somar e proporcionar esse momento de discussões para o engrandecimento da apicultura e meliponicultura do Estado.